(SONS)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Um homem com futuro


O filho da tristeza não tem passado
e justamente por isso é feliz.
Ele caminha elegante pelas pedrinhas do caminho empoeirado e irregular.
Tem um horizonte de mar à sua porta sem fechadura e um porvir.
Porvir que poucas pessoas terão a chance de ter, culpa do peso que se arrasta.

Como as pedras que caminham eternamente na argila do deserto
e alcançam distancias enormes deixando um rastro, assim nós somos.
Assim somos nós como cavalos com tapadeiras que caminham reto,
focados num objetivo sem objetivo, objetivando o objeto abjeto do nosso desejo.

Sem perceber levamos a vida como as irracionais pedras do Vale da Morte.

Na retidão curva como em Tamburello nos sentimos seguros,
e é justamente ali que morrem os grandes gênios. Na monotonia da curvatura da vida
         reta nos esquecemos das curvas da estrada de Santos.
Se esquece do risco, se esquece da faixa, se esquece de tudo.

         E talvez aí no esquecimento resida a maior felicidade de um homem.
Esquecido do seu passado e ainda tonto ele apenas se senta acende um cigarro
                                e pensa no que irá preparar para o jantar.

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