(SONS)

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Così fan tutte


Ela escreveu o meu nome
com seus dedos
na janela úmida e me beijou mentalmente.

Seu sorriso era a metalinguagem que dizia, vem!

Ela suspirou o meu nome entre os seus lábios,
no escuro frio das primeiras duas poltronas,
e eu via escapar a minha chance.

Eu via se aproximar o pedágio,
e via as decepções de outros futuros.

Foi quando numa suspensão do ar eu a beijei,
e foi ali que perdi o meu medo de avião.
E foi a sua mão segurando a minha
       que fez a morte parecer simples.

E foi a intensidade deste momento que me fez
ter a coragem de escrever um poema.

Ela dizia ter o sonho de amar por amor,
de fazer uma revolução com cores de primavera
e quereria mais alguma coisa que no momento não me recordo.
A única certeza que tenho é a dos seus olhos de azeviche brilhando de molhados
confirmando a certeza do poema que é seu. E é seu o poema, digna de ser amada!
E eu, apenas um filho de Jeffrey, tenho também a certeza que mentalmente 
estará declamando poemas bonitos a mim,
pois o mundo também lhe é preto e branco.

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