quarta-feira, 4 de abril de 2012
Tango de um trago
A poesia se alimenta da minha decadência:
para nascer um verso com força de não forçado
um cigarro tem que brincar entre meus dedos e beijar meus lábios.
Tem de vir o cheiro das imagens quadro a quadro
como em um mosaico da derrocada já esperada.
A inspiração vem do trago, que ciente de me tragar,
ainda trago
ignorando os mortos
e mutilados nos versos.
A poesia quer me matar para poder ser imortal;
quer respirar me mantendo cada vez mais sem ar;
quer me apagar pelo menos uma vez
como vingança das vezes que eu a apaguei.
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