(SONS)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Cem valor e sem valores

 
Sem descrever, tirar, nem pôr;
somente pelo prazer do fazer.
Sem esperar ou deixar o caos tomar forma,
exasperar-me, pensar, nem metrificar sentimentos.
Sem pegar de um momento vão,
entre os muitos,
uma fagulha de eternidade.
Sem alterar ou adulterar a realidade envolta de mim.
Não vou trazer o eu para o nós
e fazer uma isca                        dos fatos metaforizados  
                                 polilateral

Vou enfrentar palavras, voltar a escrever,
vou inventar palavras através do sofrer.

Sem imperativo, sem listas por marcar,
nem compromisso de falar o português que não entendam.
Sem rima – nunca um dodecassílabo refrão rimado
fará parte de um poema meu –
meu e de todos que tiveram seu lampejo
de verbo guardado pelo meu subconsciente.
Nunca farei um pôr de sol mais bonito
quanto aquele que não vi, e o mesmo serve para o nascer.
Mesmo que à tarde, ou de manhã, eu abra a janela
em casa, ou andando por alguma rua seja transportado
para uma dimensão sépia de sonhos...

...Não vou enfeitar palavras, voltar o escrever,
não vou inverter o feio através de uma rima.

Um comentário:

  1. Sempre palavras que cortam... muito bem colocadas.
    Típica escrita daqueles que sabem o que querem escrever.
    Um abraço meu amigo

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