(SONS)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A cruz dos poetas...

a quanto tempo não choro!?
anos e anos sem derramar
sequer uma gota de orvalho
na folha seca que é a vida...

ah, como este pranto inexistente me corrói!
me destrói silenciosamente
como o solo lúgubre
dos cemitérios...

são como vermes
me consumindo pouco a pouco.
por entre a alvura da noite

e nos braços frios da madrugada...

são como gotas de sangue
se esvaindo ao longo de minha vida...
é como a cruz daqueles que não choram:

que é morrer afogado em lágrimas...

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